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Gula ou Transtorno Compulsivo Alimentar?

Você já deve ter visto aquele colega ou parente que, mesmo sem fome, continua comendo sem parar. Basta oferecer algum docinho ou salgado a mais e ele não recusa. Por fim, acaba ficando com um mal-estar e, é neste momento, em que todo mundo olha em tom de brincadeira e diz “é gula”. Porém, se isso for recorrente, pode ser considerado um Transtorno Compulsivo Alimentar Periódico (TCAP).

O transtorno está presente na vida de pessoas que comem uma quantidade de alimentos muito maior em um período de tempo muito menor ao que ela normalmente comeria e, apesar ser uma doença psiquiátrica, o TCAP tem tratamento. De acordo com Mariana Oliveira, nutricionista pediátrica da Prefeitura de Jundiaí – SP e doutora em Ciências, para que seja realizado o diagnóstico, esses episódios de voracidade devem ocorrer pelo menos dois dias por semana ao longo de um período de seis meses. “Esses episódios também podem estar associados a algumas características de perda de controle e não acompanhados de comportamentos compensatórios extremos para a perda de peso como vômito e laxantes”, explica a profissional ao diferenciar o transtorno de bulimia.

Após a identificação do TCAP, algumas medidas deverão ser tomadas para o tratamento. Nem sempre é necessário que se recorra a algum tipo de droga para recuperação do paciente. Segundo a nutricionista, o envolvimento de alguns profissionais na mudança de hábitos pode ajudar, já que os cuidados são mais comportamentais e podem envolver práticas como reeducação alimentar e realização de exercícios físicos. Porém, há casos mais específicos. “Usa-se farmacológicos, como a administração de medicamentos antidepressivos e indutores de saciedade, em casos em que essa compulsão pode ser resultado de uma depressão ou ansiedade”, ressalta.

Entre os profissionais envolvidos no tratamento, estão o psiquiatra, psicólogo, nutricionista e educador físico que, juntos, proporcionam a retomada do bem-estar do comedor compulsivo. Terapias familiares, em grupo, comportamentais ou individuais também costumam ser recomendadas para realização do acompanhamento. De acordo com a Associação Americana de Psiquiatria, o Transtorno Compulsivo Alimentar Periódico atinge entre 2% e 4% da população mundial, e ainda afirma que 7% a 30% dos obesos sofrem com o TCAP. Ainda de acordo com Mariana, não há um prazo estimado de tratamento, por se tratar de uma distorção cognitiva, ou seja, relacionada à mente e não ao corpo.

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