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Distúrbios alimentares em crianças e adolescentes

O alicerce dos hábitos alimentares é formado durante os primeiros anos de vida. Época ideal onde os pais devem fornecer informações sobre nutrição e promover atitudes positivas em relação aos alimentos. Os distúrbios alimentares geralmente desenvolvem-se durante a adolescência ou início da idade adulta. No entanto, eles podem começar na infância.

Segundo a Academia Americana de Pediatria, as internações de menores de 12 anos com distúrbios alimentares cresceram 119% nos Estados Unidos, entre 1999 e 2006. Ao apresentar paladar seletivo, algumas crianças podem preferir alimentos menos saudáveis e, vez ou outra, fugir de uma garfada saudável. O problema ocorre quando esses comportamentos se tornam exagerados. Distúrbios alimentares em crianças e adolescentes leva a uma série de graves problemas físicos e até morte. Se você notar qualquer um dos sinais dos transtornos alimentares listados abaixo, consulte o seu médico ou nutricionista imediatamente:

Um dado alarmante, divulgado na edição de dezembro da revista da Academia Americana de Pediatria, é a incidência crescente do problema entre crianças e pré-adolescentes. Segundo o estudo, as internações entre menores de 12 anos cresceram 119% nos Estados Unidos, entre 1999 e 2006. No Brasil, faltam estudos epidemiológicos específicos, mas, na prática clínica, a tendência se repete. “Observamos que a idade de início dos transtornos diminui. Atualmente, já vemos meninas com anorexia com idades entre 10 e 11 anos”, diz Mara Maranhão, psiquiatra do Hospital Israelita Albert Einstein.”O medo do sobrepeso e da obesidade pode influenciar distúrbios alimentares nas crianças. A atenção dada ao peso e à dieta pode ter uma consequência indesejável para algumas pessoas, que passam a fazer dietas exageradas, criam restrições alimentares pouco saudáveis e perdem peso demais”, explica o pediatra americano David S. Rosen.

A relação entre combate à obesidade e o desenvolvimento de distúrbios alimentares também é comprovada pela observação clínica. “O ganho de peso entre crianças e adolescentes é uma tendência mundial. Sabemos que entre os diversos fatores de risco para o transtorno alimentar, encontra-se o problema com peso na infância e adolescência”, diz Tatiana Moya, especialista em psiquiatria da infância e adolescência da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Na unidade de endocrinologia pediátrica do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo, aumentou a frequência de pacientes obesos que passam a ter bulimia. “Devemos refletir se, no combate à obesidade, as mensagens não se tornaram fortes demais”, diz Durval Damiani, chefe da unidade.

É importante lembrar que bulimia e anorexia são doenças desencadeadas pela combinação de vários fatores. “É errado, como fazem alguns, culpar apenas a insistência em um certo padrão de beleza exibido na publicidade ou na televisão. Fatores como personalidade, relações familiares, interação social e os meios de comunicação têm o seu papel. Mas os transtornos alimentares são muito mais prováveis em algumas pessoas do que em outras. O histórico familiar é um grande fator de risco. E há evidências cada vez mais fortes de que a genética tem um papel crucial”, acrescenta Rosen.

Riscos e tratamento – Um distúrbio alimentar pode trazer graves consequências para o desenvolvimento de uma criança. A falta de uma alimentação correta acarreta prejuízos cognitivos até distúrbios de crescimento. Anorexia e bulimia podem provocar queda de cabelo, anemia, problemas renais, estomacais, cardíacos, entre outros.

“Quanto mais tempo uma criança tiver o distúrbio alimentar, mais complicações médicas devem aparecer. Algumas são reversíveis, outras não. Atraso no crescimento e problemas nos ossos podem ser permanentes”, diz Rosen. “Há ainda uma pequena, porém, significante taxa de mortalidade em caso de distúrbios alimentares não tratados.”

O tratamento dos distúrbios alimentares em crianças envolve uma equipe multiprofissional, que conta com pediatra, psiquiatra infantil, psicólogo, nutricionista e educador físico. É importante que seja feita a terapia familiar, terapia individual e uma reeducação alimentar. “Quanto mais cedo se trata, maior a chance de cura. Quando o comportamento se transforma em hábito, aumenta o risco de ele se perpetuar”, alerta Mara.

A relação alimentação x sobrevivência vai muito além do valor nutritivo do próprio alimento. As mulheres são muito mais vulneráveis a distúrbios alimentares. Somente cerca de 5% a 15% das pessoas com anorexia ou bulimia são do sexo masculino. Com compulsão alimentar, o número sobe para 35% do sexo masculino.

Sabendo o que desencadeia distúrbios alimentares são uma combinação de fatores tais como: ambiente familiar, meios de comunicação e fatores biológicos, é importante que o adulto participe ativamente da vida da criança a fim de evitar tais desvios. No âmbito familiar, o momento das refeições mostra-se fundamental na determinação do comportamento alimentar e no desenvolvimento de seus transtornos.

Fontes de Pesquisa:

SciELO – Scientific Electronic Library Online

Blog Distúrbios Alimentares

Associação Brasileira de Psiquiatria

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