Diferentemente do que muitos pensam, não é no restaurante da esquina que está o maior risco de contaminação por Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA). Um levantamento realizado pela Secretaria de Vigilância do Ministério da Saúde, com dados da última década, aponta que mais da metade (52%) dos surtos de intoxicação alimentar acontecem dentro de casa. Para o médico-chefe do Centro de Controle de Intoxicação da Universidade Estadual de Maringá, Adaelson Silva, a explicação para este quadro está na fiscalização: Bares e restaurantes qualificados são devidamente fiscalizados pela vigilância sanitária, o que não acontece nas residências.
As DTAs são bastante comuns no verão porque, com as férias, a mudança de rotina acaba afetando também a cozinha. Frutos do mar e comidas de fabricação caseira entram no cardápio e nem sempre com o cuidado devido. Além disso, a temperatura alta incentiva a proliferação de algumas bactérias. A Salmonella, mais conhecida, é o agente etiológico responsável pelo maior número de intoxicações alimentares registradas nesta época do ano.
Silva explica que a bactéria é transmitida às pessoas através da ingestão de alimentos contaminados com fezes de animais. Ela pode ser encontrada no leite não pasteurizado e em produtos que contenham ovo ou carne crua, além de aves. Alimentos crus devem ser de boa procedência, mas, na dúvida, o cozimento de alimentos contaminados sempre mata as bactérias, recomenda o médico.