A Obesidade Infantil é considerada o distúrbio nutricional mais comum na infância. Em 1998, a Organização Mundial de Saúde declarou a Obesidade Infantil uma “epidemia global”: mais de 22 milhões de crianças com idade inferior a 5 anos apresentavam excesso de peso ou obesidade franca. Mais de 2/3 destas crianças se tornarão adultos obesos e terão sua expectativa de vida reduzida em 5 a 20 anos. No Brasil, apesar da desnutrição ainda ser uma triste realidade, a Obesidade Infantil praticamente dobrou nos últimos 10 anos. Calcula-se que cerca de 15% das crianças brasileiras sejam obesas.
De acordo com Carlos Aberto Nogueira, a obesidade infantil tem um vilão: a falta de equilíbrio entre a genética e os aspectos ambientais. De acordo com o especialista em nutrição infantil da Associação Brasileira de Nutrologia, enquanto a genética humana se manteve nos últimos cem anos, o desenvolvimento tecnológico promoveu mudanças radicais no cotidiano das famílias. Se antes as crianças tinham um gasto de energia compatível com o que comiam, isso já não acontece nos dias atuais.
Mudanças no estilo de vida trazidas pela modernidade estão no centro do problema. O sedentarismo aumentou: as crianças passam mais tempo na frente da TV e do videogame do que correndo na rua, jogando bola ou andando de bicicleta. A TV preenche o tempo livre de boa parte das crianças e estimula o consumo de alimentos pouco nutritivos, porém ricos em calorias. Cerca de 10% das crianças que passam mais de 1 hora na frente da TV são obesas.
AS PRINCIPAIS CAUSAS DA OBESIDADE INFANTIL
Causas Nutricionais: de longe o fator mais comumente envolvido.
Causas Psicológicas: crianças ansiosas comem mais.
Causas Ambientais: a falta de atividade física é o principal problema.
Causas Hormonais: algumas doenças endócrinas (p.ex., Hipotireoidismo, síndrome de Cushing, Deficiência de Hormônio do Crescimento, etc.) podem se manifestar com ganho de peso. Estas doenças respondem por cerca de 10% dos casos de Obesidade Infantil.
Causas Genéticas: crianças portadoras de Síndrome de Down, Síndrome de Turner e outros distúrbios genéticos realmente têm “facilidade” para engordar.
Causas Medicamentosas: alguns medicamentos, como os corticoides, podem provocar ganho de peso.
É importante que haja um equilíbrio entre o que se consome e o que se gasta. As crianças devem ter uma alimentação equilibrada, contemplando carboidratos, proteínas e gordura de acordo com as necessidades diárias. Ajudar as crianças a perceberem e a fazerem as melhores escolhas alimentares durante a infância é fundamental para que elas se tornem adultas saudáveis:
O mais desconfortável para uma criança obesa são as questões psicossociais. A autoestima e a convivência em sociedade são os que mais incomodam. Ela dificulta o relacionamento social da criança resultando numa sensação de impotência frente ao problema. Estudos mostram que crianças obesas apresentam uma tendência maior para desenvolver problemas psiquiátricos quando comparadas a crianças não-obesas.
COMPLICAÇÕES DA OBESIDADE INFANTIL
NO CURTO PRAZO
- Asma e apneia do sono;
- Problemas ortopédicos;
- Disfunção do fígado devido ao acúmulo de gordura;
- Inflamação e formação de pedras na vesícula;
- Acne;
- Assaduras e dermatites;
- Enxaqueca;
- Depressão;
- Aumento dos níveis de colesterol no sangue.
NO LONGO PRAZO
- Diabetes mellitus;
- Hipertensão arterial;
- Tromboses;Derrame;
- Doença coronariana;
- Angina e infarto;
- Gota;
- Osteoartrite;
- Artroses;
- Depressão e ansiedade crônicas;
- Diminuição da expectativa de vida.
No que tange a educação nutricional, os pais são os principais responsáveis pela prevenção e pelo tratamento. É imprescindível que eles participem diretamente da alimentação dos filhos dando bons exemplos. É preciso impor limites. Aprender a se alimentar pode ser uma ótima alternativa para evitar a piora dessa realidade.
Fontes de Pesquisa:
Revista Exame
Ministério da Saúde
Sociedade Brasileira de Nutrologia