“Nenhuma enfermidade, do ponto de vista de seu aparecimento, está livre de sofrer a influência de aspectos emocionais”. Mara Pusch – psicóloga clínica, da Unifesp
Para que os níveis de glicemia possam ser mantidos dentro dos intervalos dos valores de referência, é imprescindível aprender a lidar com as emoções.
Alguns tipos de stress podem afetar drasticamente os níveis de glicemia de um paciente. Tanto o stress mental quanto o físico podem provocar alterações nos seus níveis hormonais e de glicemia.
Independentemente do tipo de diabetes, o controle dos níveis de açúcar no sangue e os exames periódicos são essenciais.
Stress x diabetes tipo 2
“O estresse emocional, tanto o bom quanto o ruim, pode funcionar como um gatilho que aciona o diabetes do tipo 1 e 2 em indivíduos com histórico familiar para o problema”, reforça Leão Zagury, membro da American Diabetes Association e da Sociedade Argentina de Diabetes, ex-presidente da Associação Brasileira de Diabetes e professor de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).
Durante uma situação de tensão emocional, o corpo libera hormônios, como a adrenalina e o cortisol, que têm ação contrária à insulina”, salienta o endocrinologista Marcos Tambascia.
Isso explica porque, em indivíduos predispostos, os fatores psicológicos disparam o problema. E isso acontece de duas formas distintas. Na primeira, a pessoa desenvolve o mal depois de sofrer um impacto emocional inesperado – como a perda de um ente querido ou de um emprego, por exemplo. Acredita-se, no entanto, que, nessas situações, a reserva de insulina estava no limite e, portanto, o indivíduo já estava a um passo de apresentar a disfunção. Na segunda, não há um abalo psíquico e sim um estresse crônico ou prolongado, que contribui para o surgimento da doença em quem tem fatores de risco.
Essa é a base da psicossomática: nenhuma reação do organismo ocorre por acaso, há uma série de conjunções que a influência. Um quadro emocional mais tenso desencadeia a produção de hormônios e isso altera os níveis glicêmicos, no caso do diabetes, da mesma forma que poderia atingir outras áreas – como a cardíaca, por exemplo, levando a um infarto.
“Não existe diabetes emocional. A doença pode, sim, ser desencadeada por um problema de ordem psíquica, porém, somente em quem apresenta condições para isso, quer dizer, alguma predisposição genética”, explica Marcos Tambascia, professor de endocrinologia da Unicamp e presidente da SBD.
O aconselhamento de longo prazo do paciente com o seu médico pode ajudá-lo a encarar os problemas que estão na origem da depressão. Juntos, é possível encontrar formas de melhorar a saúde mental do paciente, o que vai ajudar a gerir eficientemente o diabetes.
Fontes de Pesquisa:
Blog Diabete TV
Sociedade Brasileira de Diabetes