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O que é seletividade alimentar: tudo o que você precisa saber

12 de dezembro de 2024
Prodiet Medical Nutrition

A seletividade alimentar infantil é um desafio cada vez mais comum nas famílias brasileiras, com impactos diretos na saúde e no desenvolvimento das crianças. 

Estudos indicam que a prevalência de seletividade alimentar em pré-escolares pode chegar a 37,2%, com predominância de ingestão altamente seletiva em 25,4% dos casos, ou seja, várias crianças em idade pré-escolar apresentam algum grau de seletividade alimentar, recusando alimentos novos ou restringindo sua dieta a poucos itens favoritos.

Esse comportamento pode levar à ingestão insuficiente de nutrientes, como vitaminas, minerais e proteínas, prejudicando o crescimento e a energia para as atividades diárias.

 Para ajudar pais e responsáveis a lidar com esse cenário, é fundamental entender as causas da seletividade e como a nutrição pode ser uma aliada poderosa na introdução de novos alimentos. 

Continue lendo e descubra estratégias práticas para superar a seletividade alimentar e garantir uma alimentação mais equilibrada para os pequenos!

O que é seletividade alimentar?

A seletividade alimentar é um comportamento muito comum entre crianças, caracterizado pela recusa em experimentar novos alimentos ou pela preferência por um cardápio limitado. 

No Brasil, como mencionamos anteriormente, cerca de 37% das crianças em idade pré-escolar apresentam algum grau de seletividade alimentar, o que pode impactar diretamente sua saúde e desenvolvimento. 

Quando a dieta é restrita, nutrientes essenciais, como ferro, cálcio e vitaminas, podem ficar em falta, prejudicando o crescimento, a energia e até o desempenho escolar. 

Mas fique calmo! Com paciência e estratégias adequadas, é possível superar esse desafio e ampliar a aceitação alimentar dos pequenos. 

O que causa a seletividade alimentar?

A seletividade alimentar infantil pode ser influenciada por diversos fatores que vão desde questões biológicas até experiências emocionais e culturais. 

Compreender essas causas é essencial para encontrar estratégias eficazes que ajudem a criança a ampliar sua aceitação alimentar e garantir uma nutrição equilibrada. 

Vejamos as principais causas da seletividade alimentar e como elas podem impactar o comportamento alimentar: 

Condições de saúde

Problemas de saúde, como refluxo gastroesofágico, alergias ou intolerâncias alimentares, podem levar a associações negativas com certos alimentos. Crianças com essas condições tendem a evitar alimentos que causaram desconforto no passado, limitando sua dieta.

Questões emocionais

O estado emocional das crianças também desempenha um papel importante. Fases de ansiedade, estresse ou mudanças no ambiente familiar, como o nascimento de um irmão,conflitos familiares ou o início da escola, podem desencadear a recusa alimentar como uma forma de busca por segurança ou controle.

Alta sensibilidade sensorial

Algumas crianças apresentam alta sensibilidade a texturas, sabores, cheiros ou até à aparência dos alimentos. Essa característica sensorial pode fazer com que rejeitem alimentos com características muito marcantes, como texturas pastosas ou cheiros fortes.

Família

Os hábitos alimentares e comportamentos da família também influenciam diretamente a seletividade alimentar. Ambientes onde a alimentação é vista como uma obrigação ou onde há muitas distrações durante as refeições podem desencorajar a curiosidade alimentar.

Experiências desagradáveis

Se uma criança teve uma experiência negativa ao experimentar determinado alimento, como engasgo ou mal-estar, ela pode desenvolver resistência a tentar alimentos similares. Essas associações podem ser difíceis de superar sem intervenções apropriadas.

Genética

A predisposição genética também desempenha um papel. Estudos indicam que filhos de pais que apresentaram seletividade alimentar têm maior probabilidade de desenvolver o mesmo comportamento, o que sugere uma conexão biológica além do fator comportamental.

Cultura

Os padrões culturais e sociais moldam a relação da criança com a comida. Em algumas famílias ou comunidades, certos alimentos podem ser mais valorizados do que outros, limitando a exposição da criança a uma alimentação diversificada. 

A introdução tardia de novos alimentos também pode dificultar a aceitação.

Com tantas influências, é importante que os responsáveis compreendam o comportamento alimentar da criança sem julgamentos. 

A seletividade alimentar, em muitos casos, não é um ato de teimosia, mas uma resposta natural a fatores que podem ser modificados com paciência, orientação e boas práticas.

Quais são os sintomas da seletividade alimentar?

A seletividade alimentar pode se manifestar de várias formas, mas os sintomas mais comuns incluem a recusa constante de novos alimentos (neofobia alimentar), preferência por um número limitado de itens (geralmente ricos em carboidratos ou açúcares), resistência a texturas, cheiros ou cores específicas e comportamentos de rejeição durante as refeições, como empurrar o prato ou chorar. 

Crianças seletivas podem apresentar sinais físicos, como baixo ganho de peso ou deficiências nutricionais, caso sua dieta não seja suficiente para suprir as necessidades do organismo. 

Identificar esses sinais é o primeiro passo para buscar soluções e evitar impactos na saúde e no desenvolvimento.

Como saber se a criança tem seletividade alimentar?

Nem toda criança que recusa um alimento ou prefere outro é seletiva. A seletividade alimentar se torna preocupante quando o comportamento é persistente, dura mais de 30 dias e interfere significativamente na nutrição ou nas interações sociais da criança, como evitar festas ou refeições em grupo. 

A observação da rotina alimentar é essencial: se a criança consome menos de 20 alimentos variados ou tem aversão constante a grupos alimentares inteiros, pode ser um caso de seletividade alimentar. 

Um diário alimentar pode ser uma ferramenta útil para registrar os hábitos da criança e levar essas informações ao pediatra ou nutricionista.

Como tratar a seletividade alimentar infantil?

O tratamento da seletividade alimentar infantil é um processo gradual que envolve estratégias baseadas no respeito à criança, evitando pressões ou punições. 

Introduzir alimentos de forma lúdica, como envolver a criança no preparo ou apresentá-los em formatos divertidos, pode aumentar a aceitação. Técnicas de dessensibilização sensorial, como permitir que a criança toque ou cheire o alimento antes de experimentá-lo, também são eficazes. 

Além disso, oferecer o mesmo alimento várias vezes, em diferentes ocasiões, ajuda a criar familiaridade. 

Quanto tempo dura a seletividade alimentar infantil?

A duração da seletividade alimentar varia de criança para criança. Em muitos casos, trata-se de uma fase natural do desenvolvimento, principalmente entre 2 e 6 anos, que tende a melhorar com a idade e com a exposição frequente a novos alimentos. 

No entanto, quando a seletividade é grave e persistente, pode se prolongar por mais tempo, exigindo intervenções profissionais. A chave para superar essa fase é a paciência, associada a práticas consistentes de introdução alimentar e apoio profissional quando necessário.

Quais profissionais podem ajudar no tratamento da seletividade alimentar infantil?

Diversos especialistas podem colaborar no tratamento da seletividade alimentar. O pediatra é geralmente o primeiro a identificar o problema e pode encaminhar para outros profissionais, como nutricionistas, que desenvolvem planos alimentares personalizados para atender às necessidades nutricionais da criança. 

Fonoaudiólogos também podem atuar em casos relacionados a dificuldades na mastigação ou deglutição, enquanto psicólogos infantis ajudam a lidar com questões emocionais que impactam a aceitação alimentar. 

Em situações de alta sensibilidade sensorial, terapeutas ocupacionais podem aplicar estratégias para dessensibilizar estímulos que dificultam a aceitação de novos alimentos.

Atividades para seletividade alimentar infantil: quem pode indicar?

Atividades lúdicas, como brincadeiras sensoriais com os alimentos, podem ajudar a criança a explorar novas texturas, cores e cheiros, tornando o momento das refeições mais leve e divertido. 

Essas atividades devem ser orientadas por profissionais capacitados, como nutricionistas e terapeutas ocupacionais, que podem indicar práticas adequadas à idade e às necessidades específicas da criança. 

Por exemplo, jogos que envolvam montar figuras com frutas ou legumes ou sessões de culinária infantil permitem que a criança participe do processo alimentar, criando uma relação mais positiva com os alimentos.

Referências

FISCHER, C.; OLIVEIRA, M. G. M.; COSTA, F. M. D. Dificuldades alimentares em crianças pré-escolares: prevalência e fatores associados. Revista Paulista de Pediatria, São Paulo, v. 35, n. 3, p. 292-298, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rpp/a/N54HLQjVHFGBNt8p9RtkYSB/?lang=pt  Acesso em: 16 dez. 2024.

MARANHÃO, Hélcio de Sousa; AGUIAR, Renata Cunha de; LIRA, Débora Teixeira Jales de; SALES, Mônica Úrsula Figuerêdo; NÓBREGA, Nathalia Ávila do Nascimento. Prevalência de seletividade alimentar e fatores associados em pré-escolares. Revista Paulista de Pediatria, São Paulo, v. 36, n. 1, p. 1-7, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rpp/a/N54HLQjVHFGBNt8p9RtkYSB/. Acesso em: 1 out. 2024.

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