Quantidade apropriada do nutriente reduz risco de volta ao hospital e até de mortalidade
A terapia nutricional enteral (TNE) é a estratégia mais comumente utilizada para prevenir ou tratar a desnutrição por ingestão oral insuficiente e/ou aumento das necessidades calóricas. Ela é empregada em pacientes com impossibilidade parcial ou total de manter a via oral como rota de alimentação, devendo ser adotada sempre que o trato gastrointestinal estiver funcionante.
Abordamos anteriormente sobre a Terapia Nutricional do paciente crítico e como o aporte protéico deve ser priorizado nesses casos. Segundo diversos estudos, a priorização desse nutriente interfere diretamente na evolução clínica, com diminuição da morbidade, diminuição da resposta catabólica, melhora do sistema imune, manutenção da integridade funcional do trato gastrointestinal, além de contribuir para um menor tempo de internação.
Em casa, não é diferente. Para que o paciente continue se recuperando após a alta hospitalar, a manutenção ou recuperação do estado nutricional é fundamental, seja por meio da alimentação via oral ou dietas enterais (por sonda). Para a nutricionista clínica *Jennifer Partika, do Hospital Santa Cruz, todos os indivíduos necessitam de uma ingestão contínua de proteína para a manutenção da vida, porém, pacientes internados ou após alta hospitalar precisam de um adequado aporte desse nutriente para evitar perda da massa muscular. “A perda da massa muscular está diretamente relacionada à insatisfatória recuperação, incapacidade de cicatrização e mortalidade”, alerta.
Além disso, explica Jennifer, não basta calcular de forma correta e impecável as necessidades proteicas de um paciente, mas sim garantir que sejam de fato ofertadas. “A oferta proteica deficiente impacta negativamente, tanto na evolução no ambiente hospitalar, como também após a alta do paciente. A qualidade da proteína e uma orientação de alta hospitalar efetiva melhoram a qualidade de vida e podem diminuir o risco de readmissões hospitalares”, acrescenta.
A nutricionista também cita as Diretrizes Brasileiras em Terapia Nutricional (DITEN), da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE), de 2018, quando o assunto é o tipo de dieta. “É fundamental o uso de dietas industrializadas, que além de garantirem o fornecimento dos nutrientes na sua totalidade, são mais seguras.”
Qualidade
De acordo com a nutricionista do Hospital Santa Cruz, os melhores tipos de proteínas são as de alto valor biológico. “Porém, o nutricionista responsável deve avaliar a melhor formulação e custo benefício, utilizando aminoácidos essenciais em proporções adequadas ao organismo de cada paciente”, aconselha.
A TNE pode ser um fator na promoção da saúde, na diminuição do estresse fisiológico e na manutenção da imunidade. Por isso, tão importante quanto a prescrição adequada às necessidades do paciente, é a certeza de que efetivamente receberá o que lhe foi prescrito.
*Jennifer Partika é Nutricionista Clínica do Hospital Santa Cruz – Nutropar e do Instituto Mario de Abreu. É especialista em Nutrição Clínica, pela Universidade Gama Filho; em Nutrição Parenteral e Enteral, pela BRASPEN; e em Oncologia e Cuidados Paliativos, pela Universidade Positivo
Referências:
http://prodiet.com.br/blog/2017/02/20/entenda-o-que-e-terapia-de-nutricao-enteral-domiciliar/