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Por que idosos com boa saúde física e mental são mais resistentes ao calor?

Estamos em uma época em que as mudanças climáticas globais já são um fato aceito e bem consolidado entre os cientistas. Somando-se a isso ainda temos um processo de envelhecimento populacional, e esse público, segundo o geriatra do Hospital Vita Dr. Rodolfo Pedrão, é mais vulnerável aos sucessivos recordes de temperatura registrados no mundo nos últimos anos. Como, então, a medicina vem se preparando para tudo isso?

Uma das respostas está no estudo inédito realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina e do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), da Universidade de São Paulo (USP), que constatou, contudo, que idosos saudáveis são capazes de tolerar um calor de 32 ºC mantendo um bom desempenho cognitivo – temperatura comum em um dia quente de verão em São Paulo. Um dos objetivos do estudo foi tentar entender como uma população que está envelhecendo e que sofrerá mudanças no controle da temperatura corpórea irá conviver com um clima que está esquentando. Juntamente com os recém-nascidos, os idosos foram as maiores vítimas das ondas de calor registradas em diferentes partes do planeta.

Os pesquisadores do projeto analisaram os efeitos do estresse térmico sobre o desempenho cognitivo de 68 idosos com idade média de 73,3 anos, com bom desempenho físico e cognitivo – caracterizado pela boa saúde mental e caminhar de modo independente, entre outros aspectos. A primeira autora do estudo, Dra. Beatriz Maria Trezza, geriatra do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP, explica que durante a experiência foram observados que o desempenho cognitivo de idosos com boa funcionalidade não sofreu efeitos nocivos da exposição ao calor. O geriatra Rodolfo afirma que esse estudo é bem oportuno e vem de encontro com as informações já constatadas pela medicina de que idosos mais ativos toleram melhor as condições adversas.

Prática da atividade física deixa os idosos mais resistentes as agressões causadas por doenças

Os pesquisadores também constataram que a frequência de atividade física influencia o efeito do calor no desempenho cognitivo dos idosos. Aqueles que afirmaram fazer atividade física com menor frequência do que quatro vezes por semana apresentaram um pior desempenho cognitivo sob o calor do que aqueles que praticam atividade física com frequência maior. “As pessoas da terceira idade apresentam uma menor sensibilidade ao calor, o que ocasiona uma percepção menor da variação da temperatura, desencadeando uma resposta comportamental mais tardiamente. E o exercício físico contribui para que o corpo aprenda a dissipar o calor, mantendo o controle térmico, deixando o corpo mais fortalecido e fazendo com que se saia melhor no combate a muitas doenças”, ressalta o geriatra Rodolfo.

De acordo com o especialista, a prática de atividade física na terceira idade melhora o equilíbrio, os reflexos, a sinergia motora das reações posturais, contribui na manutenção e/ou aumento da densidade óssea, ajuda no controle do Diabetes, artrite, doença cardíaca, diminuição da depressão, do risco de doença cardiovascular, entre muitos outros problemas comuns nessa faixa etária.

AF_PR516C_Infogra?fico_Fevereiro_10-02

Para mais detalhes sobre o estudo acesse o link.

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