A acupuntura está livre do estigma que a cercou no Ocidente: o de terapia alternativa apenas para o alívio das dores. Reconhecida como especialidade médica, as agulhas já são usadas com eficácia no tratamento de inúmeros males – de hipertensão e diabetes até demências e câncer.
Criada há mais de dois milênios e inspirada nas tradições médicas orientais, a acupuntura é um conjunto de práticas terapêuticas que consiste na estimulação de locais anatômicos sobre ou na pele os chamados pontos de acupuntura. De acordo com a tradição chinesa, a técnica é capaz de ajustar canais energéticos do corpo, chamados na acupuntura de meridianos, conforme o equilíbrio de yin e yang. A medicina ocidental e moderna, contudo, sugere que o método estimule a liberação de substâncias químicas que alteram o sistema nervoso e podem ter efeitos em todo o corpo, promovendo o equilíbrio do organismo. Sendo assim, está muito associada a transtornos orgânicos resultantes de tensões emocionais como o estresse.
A acupuntura busca a recuperação do organismo como um todo pela indução de processos regenerativos, normalização das funções alteradas, reforço do sistema imunológico e controle da dor. Aqui no Brasil, a técnica é reconhecida como especialidade médica conforme deliberação do Conselho Federal de Medicina e consta na Tabela do Sistema de Informações Ambulatoriais (SAI/SUS) do Ministério da Saúde.
Aval Científico
A acupuntura vem colecionando ao longo dos anos provas científicas do seu poder terapêutico. Na década de 80, após 25 anos de pesquisas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou o documento Acupuncture: review and analysis of reports on controlled clinical trials, no qual expõe os resultados destes estudos. O estudo analisou a eficácia das agulhas em comparação ao tratamento convencional para mais de 200 doenças. Inclusive, há uma lista com 41 doenças em que a técnica resolveu mais de 30% dos casos ou foi até mais eficaz do que os remédios.
A acupuntura é amplamente indicada para os brasileiros: Da pediatria à psiquiatria e até em casos em que ela não tem indicação absoluta, mas ajuda a melhorar o estado geral do paciente, como em moléstias infecciosas, recuperações cirúrgicas e tratamentos de câncer, acrescenta o médico Ruy Yukimatsu Tanigawa, presidente da Associação Médica Brasileira de Acupuntura (AMBA). A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a prática um complemento da medicina moderna. Especialistas afirmam que a técnica é indicada para todos, até mesmo para as crianças. Mas há uma exceção quanto à técnica com agulhas, pois ela não deve ser usada por pessoas que apresentem alterações na coagulação sanguínea. A fim de afastar as enfermidades e reorganizar a distribuição da nossa energia vital, a acupuntura estimula alguns dos cerca de mil pontos existentes em nosso corpo para reequilibrar o organismo:
De acordo com o médico Dirceu de Lavôr Sales, presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA), quando um ponto é estimulado, uma espécie de mensagem é enviada pelos nervos periféricos até o sistema nervoso central (medula e cérebro). Essa ação provoca a liberação de substâncias químicas conhecidas como neurotransmissores, desencadeando uma série de efeitos importantes: analgésico, anti-in?amatório, relaxante muscular; além de uma ação moduladora sobre as emoções, os sistemas endócrino e imunológico e várias outras funções orgânicas. Como o ponto forte da acupuntura é a prevenção de doenças e ela não tem contraindicação, muitas pessoas se submetem à prática visando apenas o bem-estar e equilíbrio.
Ao escolher um profissional, procure referências sobre ele e verifique os cuidados que são tomados com as agulhas (elas devem ser descartáveis). A inserção deve ser feita em uma profundidade adequada e compatível com a estrutura do paciente e do local a ser estimulado; a assepsia é imprescindível.
Fontes de Pesquisa:
ABA – Associação Brasileira de Acupuntura
Revista Terapia Holística
Instituo Brasileiro de Acupuntura