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 Lesão por Pressão: Tudo o Que Você Precisa Saber

3 de outubro de 2024
Prodiet Medical Nutrition

As lesões por pressão, também conhecidas como úlceras de pressão ou escaras, são lesões de difícil cicatrização e que podem repercutir em complicações sérias em pessoas que estão acamadas ou com mobilidade reduzida. 

Essas lesões ocorrem quando há pressão contínua em uma parte do corpo, interferindo no fluxo sanguíneo e resultando em danos ou morte do tecido. Felizmente, com a abordagem certa, muitos casos de lesão por pressão podem ser prevenidos.

Um aspecto muitas vezes subestimado na prevenção de lesões por pressão é a nutrição. Estudos mostram que uma dieta adequada é essencial não só para a manutenção da saúde geral, mas também para fortalecer a pele e aumentar a resiliência do corpo contra as pressões externas. 

Por exemplo, um estudo publicado na Revista Brasileira de Geriatria e. Gerontologia, destacou que o uso de determinados nutrientes podem interferir positivamente no processo de cicatrização das lesões por pressão. 

Além da nutrição, estratégias eficazes de prevenção, como a importância de mudanças frequentes de posição, o uso de superfícies de suporte especializadas e a manutenção de uma pele saudável e hidratada, também podem auxiliar na prevenção e tratamento desses casos.

Seja você um profissional da saúde procurando atualizar suas práticas de cuidados ou um cuidador buscando as melhores práticas de prevenção, este texto é para você.

Qual é a definição de lesão por pressão?

Lesões por pressão, também conhecidas como úlceras de decúbito ou escaras, são lesões na pele e nos tecidos subjacentes causadas por pressão prolongada sobre a pele. 

Essas lesões geralmente ocorrem em partes do corpo onde os ossos estão próximos à pele, como tornozelos, calcanhares e quadris. 

Segundo a National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP), as lesões por pressão são classificadas em diferentes estágios, dependendo da profundidade e gravidade do dano. 

Quais são os locais mais comuns de lesão por pressão?

Os locais mais comuns para o desenvolvimento de lesões por pressão incluem:

  • calcanhares;
  • cotovelos;
  • área sacral (base da coluna);
  • ombros;
  • parte posterior da cabeça;
  • região das nádegas.

Esses locais são especialmente vulneráveis em pacientes que permanecem acamados ou em cadeiras de rodas por períodos prolongados.

Quais são os cuidados de enfermagem para lesão por pressão?

Os cuidados de enfermagem para pacientes com lesões por pressão envolvem várias estratégias fundamentais:

  1. Avaliação regular: monitorar a pele do paciente regularmente para identificar sinais precoces de lesão por pressão;
  2. Manutenção da higiene: manter a pele limpa e seca para evitar lesões e contaminações da pele;
  3. Mudança de posição: alterar a posição do paciente frequentemente para aliviar a pressão sobre áreas de risco;
  4. Uso de superfícies de suporte: empregar colchões e almofadas especiais para reduzir a pressão sobre áreas vulneráveis;
  5. Nutrição adequada: assegurar uma dieta equilibrada rica em nutrientes importantes como proteínas, vitaminas e minerais, para promover a saúde da pele e a cicatrização de feridas.

Lesão por pressão: quais são os principais fatores de risco?

Como falamos anteriormente, as lesões por pressão afetam especialmente indivíduos com mobilidade reduzida ou em condições clínicas específicas.

Compreender os fatores de risco associados a essas lesões é fundamental para a prevenção e o tratamento eficazes. Vamos explorar alguns dos principais fatores que podem aumentar a vulnerabilidade de uma pessoa a desenvolver essas lesões dolorosas e complicadas.

Idade

A idade é um dos fatores de risco significativos para o desenvolvimento de lesões por pressão, especialmente entre os idosos. Com o avanço da idade, a pele torna-se mais fina, menos elástica e mais suscetível a danos devido à menor regeneração celular. 

Idosos frequentemente experimentam uma diminuição na mobilidade e em massa muscular, aumentando o risco de pressão contínua em áreas específicas do corpo. Esses fatores combinados fazem com que o cuidado com a pele e a prevenção sejam cruciais em ambientes de cuidado de longa duração.

Diminuição da mobilidade

Indivíduos com mobilidade reduzida são particularmente suscetíveis a lesões por pressão devido à dificuldade ou incapacidade de mudar de posição regularmente. Isso pode levar a uma pressão constante em certas áreas do corpo, como calcanhares, cotovelos e a região sacral, que, se não aliviada, resulta em danos aos tecidos. 

A mobilidade pode ser comprometida por várias razões, incluindo condições neurológicas, debilidades musculares ou como consequência de procedimentos cirúrgicos, necessitando de estratégias proativas de manejo da posição do paciente.

Exposição a irritantes cutâneos

A exposição a irritantes cutâneos, como umidade excessiva devido à incontinência urinária, pode também aumentar significativamente o risco de desenvolvimento de lesões por pressão. 

A umidade compromete a integridade da pele, tornando-a mais suscetível a feridas. É essencial manter a pele limpa e seca, utilizando produtos apropriados que minimizem a irritação e promovam a barreira cutânea.

Capacidade prejudicada de cicatrização de feridas

A capacidade prejudicada de cicatrização de feridas é outro fator de risco crítico, frequentemente observado em pacientes com diabetes ou doenças vasculares. 

Estas condições afetam a circulação sanguínea e, por consequência, a capacidade do corpo de reparar tecidos danificados, tornando a prevenção e o tratamento precoce de qualquer lesão essencial para evitar complicações graves.

Perda de sensibilidade

A perda de sensibilidade, especialmente em áreas do corpo que suportam peso, pode impedir que o paciente perceba o início de uma lesão por pressão. Esta condição é comum em indivíduos com lesões na medula espinhal ou outras condições neurológicas que afetam a sensação. 

O monitoramento regular e o uso de tecnologias assistivas para redistribuir a pressão são recomendados para esses pacientes.

Crianças com comprometimento neurológico grave

Crianças com sérios comprometimentos neurológicos estão particularmente em risco de desenvolver lesões por pressão devido à sua mobilidade frequentemente reduzida e à dificuldade de expressar desconforto. 

Dessa forma, é importante que os cuidadores dessas crianças implementem rotinas rigorosas de mudança de posição e cuidados com a pele, além de considerar o uso de equipamentos especializados para aliviar a pressão.

Quais são os sinais e sintomas da lesão por pressão?

 Atenção, ficar atento aos detalhes é essencial para a prevenção das lesões por pressão, os primeiros sinais podem incluir:

  • pele avermelhada;
  • sensibilidade, dor ou coceira na área afetada;
  • em estágios mais avançados, pode haver perda de pele, exposição de tecidos mais profundos ou formação de feridas

Complicações da lesão por pressão

As complicações resultantes de lesões por pressão podem ser graves, incluindo infecções, septicemia e, em casos extremos, morte. 

A presença de uma lesão por pressão pode significar um aumento significativo na duração da estadia hospitalar e nos cuidados médicos necessários.

Diagnóstico das lesão por pressão

O diagnóstico de lesões por pressão é primariamente clínico, avaliando a pele e observando os sintomas mencionados. 

Ferramentas como a Escala de Braden também podem ser utilizadas para avaliar o risco de desenvolvimento de úlceras de pressão.

Como é o tratamento das lesões por pressão?

O tratamento de lesões por pressão é uma componente crítica do cuidado em saúde, especialmente em ambientes hospitalares onde pacientes podem estar imobilizados por longos períodos. 

Essas lesões, se não geridas corretamente, podem levar a complicações sérias, incluindo infecções e septicemia. O tratamento eficaz das lesões por pressão envolve várias estratégias destinadas a aliviar a pressão na área afetada, melhorar a nutrição e otimizar a cicatrização de feridas. 

Vamos explorar algumas das abordagens mais efetivas para o manejo dessas condições debilitantes:

Redução da pressão 

A redução da pressão é fundamental para tratar e prevenir a progressão das lesões por pressão. Isso geralmente é alcançado através do uso de superfícies de apoio especializadas, como colchões de ar ou de água, que ajudam a distribuir o peso do corpo mais uniformemente e aliviar a pressão sobre áreas vulneráveis. 

A chave é assegurar que nenhuma parte do corpo suporte uma carga excessiva por muito tempo, o que pode impedir a circulação sanguínea e levar a mais danos aos tecidos.

Reposicionamento frequente

Reposicionar o paciente frequentemente é outra medida crítica no tratamento das lesões por pressão. Pacientes acamados ou com mobilidade limitada devem ser movidos pelo menos a cada duas horas para evitar a pressão contínua em qualquer parte do corpo. 

Este reposicionamento ajuda a melhorar a circulação sanguínea para os tecidos afetados e pode reduzir significativamente o risco de deterioração das lesões existentes.

Almofadas de proteção 

O uso de almofadas de proteção é uma técnica eficaz para aliviar a pressão em áreas específicas. Almofadas de gel, espuma ou ar podem ser colocadas em pontos de pressão, como calcanhares, cotovelos e quadris, para fornecer um alívio adicional e proteção. 

Essas almofadas ajudam a distribuir o peso de maneira mais uniforme e reduzem o risco de lesões por pressão ao diminuir o contato direto e a pressão sobre a pele vulnerável.

Redução do atrito

Minimizar o atrito e o cisalhamento também são importantes para prevenir o agravamento das lesões por pressão. O atrito ocorre quando a pele do paciente se move contra lençóis ou outras superfícies, enquanto o cisalhamento acontece quando o tecido subjacente se move em direção oposta à pele. 

Para reduzir esses fatores, deve-se utilizar lençóis macios e manter a pele e as roupas de cama impasl. Também é importante ajustar a elevação da cama para minimizar a tensão na pele.

Essas estratégias formam a base de um plano de tratamento eficaz para as lesões por pressão, destacando a importância de uma abordagem multidisciplinar que inclui cuidados de enfermagem, intervenções dietéticas e fisioterapia. 

Cada aspecto do tratamento é importante para ajudar na recuperação do paciente e na prevenção de futuras lesões, contribuindo para uma recuperação mais rápida e menos dolorosa.

Como identificar o grau da lesão por pressão?

As lesões por pressão são classificadas em diferentes estágios que refletem sua gravidade. A classificação adequada é essencial para o tratamento eficaz, pois cada estágio requer uma abordagem específica de cuidados. 

Abaixo, detalharemos como cada estágio se apresenta e quais medidas podem ser tomadas para tratá-los ou minimizar sua progressão:

Estágio 1

No Estágio 1, a lesão por pressão é superficial e pode ser identificada por uma área de vermelhidão na pele. Geralmente, a pele mantém sua integridade, mas a área pode apresentar dor, calor ou dureza comparada com os tecidos adjacentes. Nesta fase inicial, é necessário aliviar a pressão e utilizar produtos que hidratam a pele e protegem contra mais danos.

Estágio 2

O Estágio 2 é caracterizado pela perda parcial da derme, apresentando-se como uma abrasão, bolha ou uma úlcera superficial. A área afetada é tipicamente mais vermelha e pode apresentar edema. 

O tratamento envolve limpeza cuidadosa, aplicação de curativos que mantenham a umidade ideal da ferida e continuação do manejo da pressão, evitando o contato da ferida com superfícies rígidas.

Estágio 3

No Estágio 3, a lesão se aprofunda, atingindo a gordura subcutânea, mas sem exposição de músculos, tendões ou ossos. A úlcera apresenta uma cratera significativa com possível necrose do tecido adiposo. 

O manejo nesse estágio inclui desbridamento de tecido morto, uso de curativos apropriados que promovam a cicatrização e que combatem infecções, e terapias avançadas de tratamento de feridas, como terapia a vácuo, se necessário.

Estágio 4

O Estágio 4 é o mais grave, com perda total da pele e exposição de músculos, tendões ou ossos. A ferida pode ter necrose extensa e infecção profunda. 

O tratamento requer cuidados intensivos, incluindo limpeza profunda, desbridamento cirúrgico, antibióticos para tratar infecções e, em alguns casos, a necessidade de  cirurgia para fechar a ferida, dependendo da condição do paciente e da resposta aos tratamentos menos invasivos.

Outras lesões

Além desses estágios, existem lesões por pressão classificadas como “não classificáveis” ou “suspeitas de lesão profunda”. 

Essas categorias são usadas quando a lesão é coberta por necrose ou escara, impedindo a visualização da profundidade da lesão, ou quando a lesão tem características que sugerem dano aos tecidos moles sob pele intacta, respectivamente. 

Essas condições requerem avaliações especializadas e frequentemente intervenções mais complexas para determinar a extensão do dano e o tratamento adequado.

Compreender os diferentes estágios das lesões por pressão e suas características específicas permite aos profissionais de saúde implementar estratégias de cuidado direcionadas que podem efetivamente prevenir a progressão da lesão e promover a recuperação do paciente. 

Cada estágio requer uma abordagem meticulosa e cuidadosa, destacando a importância do diagnóstico correto e da intervenção precoce.

A importância da alimentação na prevenção e no tratamento de lesões por pressão

A nutrição desempenha um papel importante tanto na prevenção quanto no tratamento de lesões por pressão. 

Uma dieta adequada e balanceada fornece os nutrientes essenciais que fortalecem a pele e outros tecidos, ajudando a prevenir o surgimento de lesões e acelerando o processo de cicatrização quando estão presentes.

Nutrientes cruciais para a pele

Proteínas, vitaminas e minerais têm funções específicas na manutenção da integridade da pele. Por exemplo, a proteína é importante para a reparação dos tecidos e para a manutenção da força da pele. 

Vitaminas como a C e a A são conhecidas por suas propriedades que promovem a saúde da pele e a cicatrização de feridas. 

O zinco, por sua vez, desempenha um papel na manutenção da estrutura da pele e na velocidade de cicatrização. Segundo pesquisas, uma nutrição adequada pode reduzir significativamente o risco de desenvolver úlceras de pressão e pode diminuir o tempo de cicatrização das lesões existentes.

Calorias e Hidratação

Além dos nutrientes específicos, a ingestão calórica adequada e a hidratação são fundamentais. Calorias suficientes garantem que o corpo tenha energia para funções básicas e reparo de tecidos, enquanto a hidratação adequada mantém a elasticidade da pele, reduzindo o risco de danos. 

Estudos também indicam que a desnutrição é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de lesões por pressão, destacando a necessidade de uma dieta equilibrada e adequada.

As informações apresentadas neste site são oferecidas apenas para fins educativos e não substituem consultas com um profissional de saúde ou o tratamento de condições médicas específicas. 

Recomendamos que sempre busque a orientação de seu médico ou de outro profissional de saúde qualificado para quaisquer dúvidas relacionadas à sua saúde. 

O conteúdo disponibilizado pela Prodiet Medical Nutrition não tem como objetivo diagnosticar, tratar, curar ou prevenir quaisquer doenças. Não ignore nem adie a obtenção de aconselhamento médico por causa de algo que tenha lido em nosso site ou em qualquer uma das nossas plataformas de mídia social.

REFERÊNCIAS:

1. Farage MA, Miller KW, Elsner P, Maibach HI: Characteristics of the aging skin. Adv Wound Care (New Rochelle) 2(1):5–10, 2013. doi: 10.1089/wound.2011.0356

2. Bergstrom N, Braden BJ, Laguzza A, Holman V: The Braden scale for predicting pressure sore risk. Nurs Res 36(4):205–210, 1987

3.  Bharadwaj S, Ginoya S, Tandon P, et al: Malnutrition: Laboratory markers vs nutritional assessment. Gastroenterol Rep (Oxf) 4(4):272–280, 2016. doi: 10.1093/gastro/gow013

4. Editors of Nursing2017: Pressure ulcers get new terminology and staging definitions. Nursing 47(3):68–69, 2017. doi: 10.1097/01.NURSE.0000512498.50808.2b

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