Muitos já ouviram falar em Homeopatia, que, no Brasil, é reconhecida como especialidade médica desde 1980 pelo Conselho Federal de Medicina e incluída no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2006. Mas qual a sua diferença em relação à alopatia (medicina tradicional)? Fazemos este esclarecimento hoje, 21 de novembro, em que se comemora o Dia Nacional da Homeopatia em homenagem ao médico francês Benoit Mure, que chegou ao Brasil nessa data, em 1840.
A homeopatia é um método terapêutico desenvolvido pelo médico alemão Samuel Hahnemann, há 217 anos, que utiliza medicamentos altamente diluídos, principalmente de origem vegetal, mas também de origens minerais e animais. Os fundamentos estão na Lei dos Semelhantes, que basicamente diz que os semelhantes se curam pelos semelhantes, isto é, para tratar um indivíduo que está doente, é necessário aplicar um medicamento que apresente (quando experimentado no homem sadio) os mesmos sintomas que o doente apresenta, explica o médico homeopata e pediatra Sergio Eiji Furuta, diretor da Associação Médica Homeopática Brasileira e da Associação Paulista, além de mestre na especialidade.
Ou seja, a especialidade vê o ser humano como um todo, não diferenciando sintomas específicos nem dando medicamentos que combatem apenas um sintoma, como um antitérmico, um anti-histamínico, um antibiótico, entre outros. O médico homeopata receitará medicamentos que vão agir no paciente em sua totalidade, dando-lhe ferramentas que o ajudarão a combater sozinho os sintomas e, assim, reequilibrar o seu organismo. Por exemplo, se um doente procura um homeopata por causa de uma doença que ocasiona dor de estomago recidivante há tempos, ao ser tratado como um todo, vai melhorar também o seu emocional, que provavelmente está em desequilíbrio, explica Furuta.
Outros benefícios, de acordo com o especialista, estão na possibilidade da utilização de remédios com pouca ou nenhuma reação colateral, por um longo tempo e com custo mais baixo. Segundo o médico, a possibilidade de utilização do tratamento homeopático é muito extensa, mas é bastante eficaz nas doenças alérgicas, nos quadros de bronquite e asma, nas doenças otorrinolaringológicas (rinite, amigdalites de repetição, otites de repetição, hipertrofia de adenoides), nos distúrbios emocionais e em muitas doenças ginecológicas.
Consulta E justamente por tratar o paciente de uma maneira global, a consulta homeopática difere em vários aspectos da consulta tradicional. Além dos sintomas comuns às doenças, ao médico homeopata interessa os sintomas peculiares de cada doente, ou seja, o que o individualiza. Por isso se diz que a homeopatia trata o doente, e não suas doenças, comenta Sergio Furuta. As perguntas variam desde o histórico do comportamento em família ou socialmente, suas ansiedades, angústias, medos, tristezas e alegrias, sono, sonhos e, inclusive, sobre a alimentação do paciente, suas preferências, intolerâncias e aversões alimentares fazem parte do interrogatório homeopático, finaliza.