Pacientes com disfagia possuem necessidades nutricionais e clínicas específicas. Com o ato de alimentar-se prejudicado, a desnutrição e desidratação se tornam as principais complicações. Dessa forma, o uso de espessantes, que mudam a consistência dos alimentos, funcionam como fortes aliados.
O que é disfagia?
Disfagia é a dificuldade de deglutir alimentos ou líquidos. E, para entender melhor como ela ocorre, é importante citar que há três fases no processo de deglutição: a fase oral, faríngea e esofágica. A primeira fase funciona de maneira voluntária; as outras duas, involuntária. Quando ocorre algum problema nessas fases, dizemos que o paciente sofre de disfagia.
A disfagia pode acontecer por inúmeras razões, como: doenças neurodegenerativas, algum tipo de câncer, acalasia (distúrbio raro que dificulta a entrada de alimentos e líquidos no estômago), sarcopenia entre outras.
Complicações da disfagia
Considerando que o ato de deglutir envolve um processo muscular complexo, e que a sarcopenia caracteriza a perda de força e massa muscular, esta é tida como uma das causas da disfagia, especialmente entre idosos. Assim, a Sociedade Europeia para Distúrbios da Deglutição considera a disfagia como uma síndrome geriátrica. Ela acomete cerca de:
• 60% dos idosos institucionalizados;
• Até 64% dos pacientes idosos após AVC;
• mais de 80% daqueles com demência.
As principais complicações da disfagia envolvem o impacto no estado nutricional, o qual é causado pela redução do consumo de alimentos líquidos e sólidos. Essa redução acontece como uma forma de evitar o desconforto ao se alimentar. Além disso, alimentos líquidos e sólidos podem ser facilmente aspirados, ocasionando pneumonias por broncoaspiração. Como resultado da alimentação inadequada, há a desnutrição e a desidratação, as quais pioram o quadro clínico e geram um ciclo constante.
Devido à contraindicação em ingerir líquidos, dificuldade em consumir alimentos e redução do consumo alimentar, a pessoa com disfagia pode sofrer com desidratação e desnutrição. Para que essas complicações não apareçam, existem medidas para evitar estes desfechos. Entre elas, está a modificação da textura dos alimentos e bebidas, que permite maior segurança e conforto ao deglutir os alimentos. A consistência deve ser definida após a avaliação do fonoaudiólogo, que verificará qual textura será ideal para o paciente.
Disfagia e alimentação
O espessante alimentar é uma estratégia para a disfagia, tanto para espessar líquidos, como para ajustar a consistência de preparações mais complexas. Ele pode ser utilizado em receitas que estimulem o paciente a aumentar o consumo alimentar e hídrico. Inclusive, a preocupação com a preparação e apresentação dos alimentos é uma das orientações da Diretriz de Terapia Nutricional no Envelhecimento, publicada em 2019:
“As características sensoriais dos alimentos (aparência, variedade de sabor, cor, aroma, textura), desempenham papel importante junto às preferências do idoso.”
Fontes:
https://pebmed.com.br/disfagia-tudo-que-voce-precisa-saber/
https://minutosaudavel.com.br/o-que-e-disfagia-causas-sintomas-tratamento-tem-cura/ #classificacao
http://prodiet.com.br/blog/2019/12/06/diretriz-de-terapia-nutricional-noenvelhecimento2019/