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Cirurgia metabólica e o tratamento do DM2

O Diabetes Mellitus tipo 2 é uma doença que custa caro à saúde e ao bolso de milhões de pessoas ao redor do mundo. Nos Estados Unidos, a enfermidade é responsável por 68% das mortes por problemas cardiovasculares e acidente vascular cerebral, além de causar uma amputação a cada 30 segundos. No Brasil, o problema não está somente nos altos índices de incidência da doença: aqui, 85% pacientes fazem o controle inadequado do diabetes.

Na tentativa de reduzir tantos números negativos, novas pesquisas científicas têm encontrado nos bypass gástricos – também chamados de cirurgias bariátricas ou metabólicas – uma alternativa para minimizar os problemas causados pelo DM2 e até mesmo possibilitar a cura.

Como uma alteração do tubo gástrico intestinal pode mudar a condição de diabetes? Estudioso do assunto há mais de oito anos, o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Ricardo Cohen, explica que a operação restabelece a função da célula-beta, responsável pela secreção de insulina no pâncreas, diminuindo assim a resistência do organismo ao hormônio.

Ricardo Cohen coordenou a maior pesquisa a longo prazo já realizada no mundo sobre os efeitos do bypass gástrico em diabéticos com obesidade leve, publicada em julho de 2012 na revista americana Diabetes Care. No estudo, 66 obesos com IMC entre 30 e 35 kg/m² foram submetidos à operação de Y-de-Roux e monitorados ao longo de 6 anos. A compensação do diabetes foi constatada em 88% dos pacientes. Além disso, houve melhoria no nível glicêmico em 11% dos pacientes, mesmo com a suspensão de medicamentos antidiabéticos.

Corroborando com outros estudos internacionais também publicados este ano, a pesquisa brasileira expande as perspectivas no tratamento da DM2. Além de melhorar o estado clínico geral antes mesmo de o paciente emagrecer, estes procedimentos têm apontado uma dissociação entre o controle metabólico-hormonal e a perda de peso. Ricardo Cohen esclarece que a mortalidade por decorrência do diabetes não tem vínculo direto com IMC elevado: “Os primeiros sinais da doença podem aparecer mesmo em pessoas magras”, diz ele.

Cohen explica ainda que a cirurgia metabólica para diabéticos em sobrepeso ou obesidade leve ainda está em fase experimental, mas estudos já comprovam sua eficácia: “A longo prazo vamos diminuir a taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares. Também poderemos provar a relação entre o diabetes e alguns tipos de câncer, como o do pâncreas. Em todos esses sentidos, a cirurgia metabólica é certamente um avanço”.

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