A ortorexia nervosa, embora ainda não reconhecida como diagnóstico no manual de psiquiatria, vem se tornando um tema central na discussão de especialistas em distúrbio alimentares.
Ela se caracteriza como um comportamento obsessivo patológico pela fixação por saúde alimentar, o que gera desde a limitação da variedade alimentícia até a exclusão de grupos alimentares inteiros, como gorduras, carboidratos e lacticínios.
O resultado desta prática pode ser desde uma carência nutricional até quadros subclínicos ou quadros completos de distúrbio da conduta alimentar.
O quadro se inicia com uma busca por condutas de alimentação saudável, em grande maioria, através dos meios de comunicação. Porém sem a ajuda de médicos ou nutricionistas, essas informações podem ser mal interpretadas e distorcidas.
Os primeiros alimentos vistos como os vilões tendem a ser os que possuem corantes, conservantes, gorduras trans, açúcar, sal, agrotóxicos, pesticidas e alimentos transgênicos.
A partir de então surgem preocupações com a forma de preparo e com os utensíllios utilizados. Além da diminuição da sociabilidade, uma vez que os ortoréxicos evitam reuniões e jantares sociais, pois enxergam o comer fora de casa como um problema, esse isolamento para conseguir se manter saúdavel acaba por tomar conta de sua vida.
A pessoa ortoréxica dificilmente busca ajuda especializada, pois acredita estar fazendo a escolha mais saudável. Em sua maioria, os pacientes com ortorexia nervosa são encaminhados por seus familiares ou amigos próximos que consideram essa obsesão alimentar como algo pouco saudável.
No histórico nutrológico desses pacientes é realizado uma anamnese alimentar (entrevista realizada pelo professional de saúde ao seu paciente, que tem a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico de uma doença) para buscar omissões de grupos alimentares, sinais de falta de nutrientes, exames físicos, suplementação e adequação da dieta. Em alguns casos também é necessário o encaminhamento para uma psicoterapeuta.
Ainda não temos dados que compreendam a prevalência deste distúrbio na populacão geral. Mas em alguns artigos científicos analisando essa questão, alguns grupos foram identificados como de risco, onde se enquadram atletas, esportistas, artistas, médicos e nutricionistas.
É importante salientar que quando nos referimos a dietas a palavra-chave é sempre a moderação, onde as susbtituições alimentares devem ser graduais e devem se encaixar no estilo de vida do indivíduo. É indiscutível que comer de maneira saudável tem efeitos positivos sobre nossa saúde, mas sem que isso faça com que deixamos de desfrutar os momentos e relacionamentos de nossa vida.
Fonte: Associação Brasileira de Nutrologia, Saúde Medicina.