Novembro chegou e trouxe com ele uma data muito importante na luta e conscientização de uma doença silenciosa e, na maioria das vezes, sem uma causa definida: o câncer infantojuvenil.
Com o objetivo de alertar a sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce, o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil (lei nº 11.650, de 4 de abril de 2008), é lembrado oficialmente no dia 23 de novembro. Durante este mês, instituições promovem o Novembro Dourado e nós da Prodiet não poderíamos ficar de fora.
Assim como em países desenvolvidos, no Brasil, o câncer representa a primeira causa de morte (7% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Estimativas do INCA, indicam a ocorrência de cerca de 11.840 novos casos de câncer em crianças e adolescentes por ano em 2014 e em 2015. As regiões Sudeste e Nordeste apresentam os maiores números de novos casos, 5.600 e 2.790, respectivamente, seguidas pelas regiões Sul (1.350), Centro-Oeste (1.280) e Norte (820).
O progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo nas últimas quatro décadas. Além de contribuir para maior probabilidade de cura, detectar a doença em estágio inicial, reduz consideravelmente as chances de complicações durante o tratamento. Hoje, em torno de 70% das crianças e adolescentes acometidos de câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado. Por isso é tão importante ficarmos atentos aos sinais da doença. O Câncer infantojuvenil é o que melhor responde ao tratamento. Seu índice de cura é bastante alto quando percebido a tempo. Caso a criança apresente qualquer um dos sintomas a seguir, um médico deverá ser consultado:
A Cancerologista Pediátrica e responsável pelo ambulatório Menino Jesus de Praga, da Associação Paranaense de Apoio à Criança com Neoplasia (APACN), Dra. Mara Albonei Pianovski explica que estar alerta de que quanto mais tempo se perde para iniciar o tratamento, mais o organismo é agredido e fragilizado pela doença e se torna mais vulnerável às complicações habituais. Além disso, neoplasias com muito tempo de evolução apresentam complicações que podem se tornar irreversíveis. Quando o diagnóstico é feito em tempo, mais de 70% das crianças com câncer são curadas, comenta a médica, que coordena o ambulatório que a APACN mantém em convênio com o Hospital de Clínicas de Curitiba. Dra. Mara explica que o tratamento quimioterápico das crianças é mais intensivo que o utilizado para os adultos; assim, pode apresentar irregularidades com mais facilidade, como infecções e sangramentos. Por outro lado, elas se recuperam mais facilmente, desde que o tratamento inicie em tempo hábil. O tratamento dura em média de 6 meses a 2 anos, dependendo do diagnóstico (qual tipo de câncer) e do estadiamento (ou seja, doença inicial ou avançada).
Tão importante quanto o tratamento do câncer, é a atenção dada aos aspectos sociais da doença. Crianças e adolescentes acometidos da doença precisam receber atenção integral. A cura não deve se basear somente na recuperação biológica, mas também no bem-estar e na qualidade de vida do paciente.